domingo, 10 de maio de 2009

ACADEMIA DE LETRAS DO BRASIL-MARIANA-MG, APRESENTA: ANÍCIO CHAVES

Foto: Anício Chaves


ACADEMIA DE LETRAS DO BRASIL-MARIANA-MG, APRESENTA:

ANÍCIO CHAVES - PATRONO: DOM SILVÉRIO



Cadeira n° 06 da Academia de Letras do Brasil – Mariana, cujo patrono é DOM SILVÉRIO, será ocupada pelo poeta ANICIO CHAVES . Nascido aos 4 de Junho de 1940 em Mariana, é filho de João Polycarpo Chaves e Maria Ephigênia Chaves.
Teve o primeiro Centro de formação no seio familiar onde transcorreu o Jardim da Infância.
Cursou o primário no Grupo Escolar D. Benevides e juntamente com o diploma recebeu como Prêmio de Aplicação um pequeno livro intitulado: O Pajem que se Tornou Rei dado pela professora D. Nívea.
Em seguida estudou no Externato Marianense dirigido por Cônego Braga onde teve o primeiro contacto com o Latim e Francês.
Em 1954 ingressou no Seminário Menor de Miguel Burnier (S. Julião) pertencente à Ordem Religiosa “Pequena Obra da Divina Providência” fundada por S. Luis Orione, onde fez o ginásio e além do Latim e do Francês, estudou também Grego e Italiano. Neste período, já tendo um bom conhecimento de literatura, de métrica e de música, iniciou-se na arte da composição poética e musical.
Em 1960 cursou o Clássico no Seminário São José do Rio de Janeiro, onde também fez parte da Orquestra Sinfônica daquela instituição. Neste período conheceu o crítico Literário e conferencista Aggripino Griecco. Posteriormente lecionou no Seminário D. Carlo Sterpi em Belo Horizonte e no Seminário Pio X em Siderópolis, Sta Catarina.
Em 1964 saiu pela primeira vez do país para cursar 2 (dois) anos de Filosofia nos Estados Unidos onde pode se aprimorar no conhecimento das línguas Inglesa, Italiana e Espanhola.
Voltou ao Brasil em 1967 e iniciou o curso de Teologia no Monteiro S. Bento, curso que não foi concluído por interrupção da carreira eclesiástica.
Em 1996 novamente fora do país para um curso que durou 18 dias e versou sobre Turismo, Cidadania e Urbanismo, curso realizado em Palma de Mallorca e ministrado pela Universidade de Turismo mais conceituada do Arquipélago das Ilhas Baleares, na Espanha.
Continuou, contudo, escrevendo e compondo, dando maior ênfase à família e à vida profissional, publicando poesias e pensamentos em agendas culturais e jornais locais de noticias e ou literários, além de compor musicas, principalmente para corporações musicais. Teve a honra de presenciar uma de suas musicas perfeitamente executadas pela Banda União XV de Novembro, durante as comemorações do dia dos Pais, em 2005. Compôs também um hino para as crianças da APAE.
Atualmente, é vice-presidente do Conselho do Patrimônio Histórico e Cultural de Mariana, instituição atuante na defesa do patrimônio local.
Com a publicação do livro “Por detrás da Face”, os leitores poderão reconhecer muito do trabalho construtivo prestado à comunidade através de poesias reivindicativas, promocionais e até ufanistas em favor de um povo e de uma cidade histórica detentora de rico acervo patrimonial, artístico e cultural.


***

POESIAS DE ANÍCIO CHAVES


Por Detrás da Face

A alma é a imagem vista,
a obra-prima do Artista
que o universo criou.
Invisível, intangível,
torna-se perceptível
no rosto de quem sente dor.

Do semelhante a face
não admite disfarce,
quando alegre está:
pode-se ver no semblante
aquele enorme sorriso
e a alma irradiante.
A alma é a sua palma:
quem vê cara não vê coração;
mas, quem vê cara,
pode ler a alma.
A alma é a imagem vista:
é o espelho refletindo
o que, lá, bem dentro está!

***
O Caminho das Estrelas

Para onde vais, estrela cadente,
cruzando célere o espaço,
deixando um risco no ar,
na direção do ocidente,
procurando decerto um regaço
para enfim descansar?

Olhares românticos brilham,
quando, nos céus, estrelas passam...
Pedidos e juras acontecem...
Estrelas, também, maravilham
e nos palcos se entrelaçam,
mas, raramente permanecem.

Nem sempre a estrela cadente
encontra repouso, na terra...
Desgasta-se, às vezes, no ar:
a estrela decadente,
no palco, a carreira encerra
e, no asilo, vai repousar.


***

Reza do Sabiá

Aqui, da porta, vejo a praça e o jardim:
pessoas passam, crianças brincam... enfim,
a gente contempla a beleza rara,
quando com esse quadro se depara.
Nas árvores a passarada, em tom maior,
executa uma sinfonia bem de cor!
E, em tom menor, lá no alto da palmeira,
fazendo um solo, o sabiá da laranjeira,
onomatopaicamente canta, dizendo assim:
– Piedade, Senhor! Piedade, Senhor!
Tem dó deste jardim!


***


Pobre Ribeirão do Carmo

O sol já nasce...
Abro a janela e vejo o quadro inteiro:
Um passarinho chega e pousa em seu poleiro.
Lá longe, as montanhas; aquém, o casario;
bem perto, a praça; aqui, a feira; ali, o rio.
Que privilegiado sou que posso ver e ouvir,
que posso analisar, posso sentir
tudo que Deus criou e a que tenho acesso.
E, analisando, vejo constrangido
correr lá, em baixo, o rio poluído
questionando a Educação e o Progresso.


Um comentário:

  1. Belas construções, poeta Anício Chaves.
    Esta última me lembrou uma que tomo a liberdade de enviar-lhe:

    UM DIA TUPINIQUIM
    Sandra Fayad

    Descerro as pálpebras,
    Deparo-me com a janela.
    Ah, a janela... É sempre ela!
    Raios listrados invadem meu leito;
    Piam lá fora filhotes de sabiás
    Em diálogo sincronizado
    Sobre as possibilidades do dia
    De alimento ofertado.
    Informo que fiquem tranqüilos:
    - Há alpiste sim.
    E mais:
    - Ainda há água potável (aos quilos!).

    Amanhece do mesmo jeito.
    Concluo quão maravilhoso é
    Dia após dia, o dia nascer assim.
    Inspiro o perfume do jardim,
    Expiro o ar que retive no peito,
    Começo a viagem fora de mim.

    Saio pelas ruas a passos firmes,
    Brisa leve a circular em volta
    Do meu corpo tupiniquim.
    - Bom-dia, novo dia!
    Acelero o passo, a circulação,
    Ativo o metabolismo, alongo,
    Estico músculos e nervos,
    Venço a preguiça e o comodismo.
    - Estou feliz! Entrei em ação!

    Planto novas antigas idéias
    Que enobrecem almas plebéias;
    Semeio velhas emoções
    Que atinjam os mais duros corações;
    Rego canteiros de humildade
    Que gerem gestos de solidariedade;
    Colho atitudes comuns
    Que alimentem almas ... de alguns.

    Miro a cena do sol se pondo,
    No horizonte multicolorido,
    Nem plano, nem redondo.
    Qualquer formato definido
    Vai topar com o misticismo
    Sob ol manto que me aninho.
    Minhas fraquezas?
    Escondo nos braços do Criador
    Escapo do abismo do sonho,
    Mas ainda assim sonho
    Sonhos em que vence o amor.

    Cordiais Saudações
    http://www.sandrafayad.prosaeverso.net/

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