domingo, 5 de abril de 2009

ALB-MARIANA APRESENTA: GABRIEL BICALHO


A C A D E M I A
Lugar onde se ministra instrução; escola de ensino superior; sociedade de cientistas, artistas ou literatos; a corporação dos estudantes de qualquer estabelecimento de ensino, menos primário; escola da filosofia platônica na Antiguidade.


A Academia de Letras do Brasil elegeu a cidade de Mariana para ter uma sede regional. O seu presidente internacional, Dr. Mário Carabajal – Doutor em Psicanálise e professor universitário (Presidente do Conselho Nacional das Academias de Letras e Artes do Brasil) – educador, jornalista e psicanalista - Trinta livros publicados, poesias, psicanálise, metafísica, ciências romance, política, dentre outros. A Academia de Letras do Brasil é constituída formalmente com CNPJ: 04.749.257/0001-00; fundada em janeiro de 2001. Toda documentação da ALB encontra-se disponível no site oficial:


A primeira atribuição da Presidente Fundadora regional será a criação da Academia Regional da ABL, que terá 12 membros e nomeação do Presidente executivo e diretoria que terão mandato de 05 anos.
O Objetivo da Sede Nacional da Academia de Letras do Brasil é poder acolher todos os escritores brasileiros que tenham livro publicado, produção contínua relevante nas letras e nas artes. Nosso objetivo, é conseguir aglutinar, através dos escritores; cientistas, literatos e metafísico, o pensamento criativo nacional, afim de que, fortemente representado, ganhe em difusão e implementação à elevação do “stander” médio de vida da população brasileira”.

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Essa semana apresentaremos os 12 Membros da Academia de Letras do Brasil-Mariana-Minas Gerais. Começamos com o poeta GABRIEL BICALHO. Um pouco da trajetória literária do acadêmico; um dos grandes poetas mineiros da geração, idealizador e um dos fundadores do Aldravismo - "A arte literária e visual metonímica do século XXI".

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"...Eu me senti atraído pela arte poética, percebi que a poesia iria ser minha âncora existencial." Gabriel Bicalho


Gabriel Bicalho, nome literário do poeta Gabriel José Bicalho, nascido em Santa Cruz do Escalvado, Estado de Minas Gerais em 14.01.1948. Foi fundador e diretor cultural do Jornal “CIMALHA” em 1997 e do folheto literário “4 ou mais poetas” também em 1997. Presidente da Associação Aldrava Letras e Artes. Membro da Academia Marianense de Letras e da Academia Barbacenense de Letras. Cônsul em Mariana de Poetas del Mundo. Delegado da União Brasileira de Trovadores - Sessão Mariana, MG e Vice-Governador do Instituto Brasileiro de Culturas Internacionais em Minas Gerais. Teve sua formação cultural na vizinha cidade de Ponte Nova, onde residiu por muitos e muitos anos, desde a infância. Como funcionário do Banco do Brasil, morou em diversos Municípios até radicar-se definitivamente na histórica cidade de Mariana – a Primaz de Minas. Colaborou em diversos órgãos da imprensa, inclusive no “Suplemento Literário de Minas Gerais”. Apareceu em livro pela primeira vez a antologia poética “Vôo Vetor”, da Editora do Escritor – SP em 1974, ano em que lançou seu primeiro livro individual de poesia “Criânsia”. Obteve prêmios ou menções especiais e honrosas em numerosos concursos, sobressaindo-se a Menção Especial de Poesia que a União Brasileira de Escritores do Rio de Janeiro, conferiu a Criânsia, no Prêmio Fernando Chinaglia II em 1972. Participou de várias antologias poéticas e têm poemas publicados em obras didáticas, revistas culturais impressas e eletrônicas.. Premiado no Concurso nacional de poesia - Literatura para Todos - MEC/2006, com o livro de poesia aldravista “Caravela – redescobrimentos”, entre milhares de livros, foi o único poeta selecionado de Minas Gerais para fazer parte da coleção do Ministério da Educação “PROGRAMA BRASIL ALFABETIZADO”. “Sua poesia tem um caráter singular e especial – a de aproximar o leitor do mundo da poesia, às vezes falsamente considerado difícil, mas na verdade aberto a qualquer um que queira experimentar seus prazeres. Um livro com textos densos e instigantes para prender o leitor do começo ao fim e fazê-lo raciocinar sobre o que sente ao ler cada um dos poemas escritos com apaixonada inspiração”...(Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade - Ministério da Educação). Autor também de Euge, poeta! (1984), Poemas in: Aldravismo -a literatura do sujeito (2002) apesar das nuvens (2004) e enquanto sol - senda 02 de nas sendas de Bashô (2005) e livro de poesia: Beiral antigo (setembro/2007).
Gabriel Bicalho é grande incentivador de cultura em Minas Gerais , no país e estrangeiro. Promoveu, quando gerente da agência local do Banco do Brasil, exposições de artistas plásticos nas décadas e 80 e 90. Incentivou e incentiva novos talentos na poesia para divulgação de literatura e aprimoramento na arte de escrever. Criou jornais de divulgação literária em Mariana, dos quais se destaca o Jornal Aldrava Cultural que já está no seu oitavo ano de produção ininterrupta.
De sua obra, vale destacar o livro Caravela – redescobrimentos, 2006, premiado no Primeiro Prêmio Literatura para Todos, do Ministério da Educação e traz poemas que velejam muito além da pós-modernidade. "É aldrávico esse Gabriel. Observador, sim, mas não só espectador. Aí ele traça a diferença que lança a aldrava na poesia. Bater, bater, bater, até que alguém venha abrir a porta do sentido que se deseja. Nada ensimesmado, nada autista, nada fora de contexto como os pós-modernistas de academia. O elitista “espectador atento” é chamado a sair da clausura ditada pelo imperialismo cultural das abraliques, das uebês, das academias, das congressites dos homens e mulheres de capa preta das ifes e ieés, para se popularizar, sem transformar-se em bunda, e dedicar-se a “ouvir o mar no marulhar ou ver o mar ao mar olhar”. (Donadon-Leal 2002). Por esse fato, o livro de Gabriel foi premiado para ser livro de alunos recém-alfabetizados.
Embora sem pretender superar qualquer tendência, a superação desse autismo criado pelo endeusamento do sujeito pós-moderno, desinstitucionalizado para ser servido pelas instituições, é inevitável, e pode ser pensada na inconveniência de batidas insistentes das aldravas nas portas imperiais, que não se abrem para as cabeças interioranas, mas que, por não se abrirem, distanciam-se tanto do mundo em movimento, aldrávico, de batidas renitentes, de movimentos de corpos em rituais de acasalamento, que não há como dizer mais em revisitar o passado, como querem os umbertos, em parodiar ou ser interlocuções de minorias, ou ver somente o texto e o intertexto. O aldravismo é discursivo e interdiscursivo. O discurso da cartilha escolar dos anos 60, da insistência silábica da família “ra - ré - ri - ró - ru”, toma o discurso da incerteza do futuro do pretérito, para construir o discurso das possibilidades ramificadas, próprias do reconhecimento das vozes polifônicas dos discursos: “ramaria / remaria / rimaria / romaria / rumaria”, num conjunto de substantivados coletivos, ecos polifônicos das navegações dáblio-dáblio-dáblio. É a superação do texto. É a compreensão do mundo dos discursos como negação da pretensiosa idéia de interpretação. Gabriel não é só poeta, ele é craque na poesia. (Donadon-Leal-2002)



MIL LUZES - I

Gabriel Bicalho


Amar-te ao menos uma vez,

amar-te,

como se amasse tudo quanto Belo

fosse uma cor da luz que se reparte

no prisma indescritível deste anelo!


Amar-te ao menos uma vez, amar-te,

como se amasse a lã, que no novelo da vida,

fosse só desenrolar-te,

despir-te o corpo neste afã de tê-lo!


De amor tão puro quase me deleito,

ao ver-te delicada e sem defeito,

estátua que meu sonho perpetua!


E quando te conduzo para o leito,

acende-se uma chama no meu peito

e apagam-se mil luzes, lá, na rua!


***


ELEGIA II

gabriel bicalho


há um mar

que se agiganta

desde o pélago

em minh’alma

recordo-me

dos meus:

que de mim se foram:

pais / irmãos / avós


(hora

de ficar a sós)


uma tempestade

se aproxima

desta inconsolável

saudade


barco à deriva

vagando a esmo

busco ancorar-me

em mim mesmo


então fecho todos os portos

à inominável solidão

dos mortos


***


Natal dos meus Avós na Infância

Gabriel Bicalho
I

Alguém instaurou a noite dos presépios

para o Natal dos meus Avós. Alguém

fabricou a árvore dos presentes mais brilhantes

e fê-la de um verde carregado a flocos brancos

para o Natal dos meus Avós. Alguém

tocou de leve os sete sinetes mágicos da Felicidade

pela Harmonia Universal dos meus Avós. Alguém,

que traz nos olhos o encanto das madrugadas celestiais

e, nas mãos, o generoso gesto daquele rotundo Papai Noel da gente!
II

( No jejum dos corpos enfraquecidos,

Maria circunflexa o primeiro sorriso sobre o pequenino

corpo forte do Menino-Deus,cujos braços abertos promovem a Fraternidade

entre os Homens e Animais de Boa-Vontade. )
III

Alguém transubstanciado

em minha carne de metamorfoses

instaurou a noite dos presépios messiânicos

para o Natal dos meus Bisavós, na infância!



Leiam o livro CARAVELA - redescobrimentos - 2006, de Gabriel Bicalho:

Premiado no I Concurso Nacional de Poesia - Literatura para Todos - MEC/2006

Arquivo em PDF da Biblioteca Digital DOMÍNIO PÚBLICO




Um comentário:

  1. Querida Andreia, ao receber seu convite, fiquei muito emocionada com o evento desta
    ACADEMIA DE LETRAS DO BRASIL-MARIANA-MG
    Onde vou lendo e sinto um nó na garganta de emoção. Ao ler que o escritor Gabriel Bicalho, fora um dos indicados, e lendo sua poesia, que é plural, multifacetada,plussignificativa,aqui editada, não contive ás lágrimas, que rolam face abaixo. Que momento elevado você vem nos brindar nesta noite, com sons festivos
    desta senda Literário , acontecendo em Mariana-Minas Gerais. Meus mais profundos cumprimentos ao Escritor Gabriel Bicalho.
    Com admiração e respeito,
    Efigênia Coutinho
    Presidente Fundadora
    Academia Virtual Sala de Poetas e Escritores

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