Entrevista no Estado de Minas
Foto: Cláudia Gomes Dias Costa Pereira
Pinto, danço, faço bolo e novena
andorinha quase à-toa
alço vôos em poema.
brinco de ser astronauta
pra pegar lua com a mão
faço-me em serenata,
e à faca que me mata
eu invento uma canção.
samba, verso, frevo, tangos
seja lá qual for o ritmo
danço a dança que vier
hábil jogo de cintura
e molejo prazenteiro
há de ter toda mulher.
Um pouco sobre BEATRIZ BRANDÃO - Mulher e Escritora no BRASIL do Século XIX -
Beatriz Francisca de Assis Brandão: uma poetisa brasileira do século XIX
Foto: Cláudia Gomes Dias Costa Pereira
Cadeira n° 08 da Academia de Letras do Brasil – Mariana, cuja patrona é BEATRIZ BRANDÃO, será ocupada pela professora CLÁUDIA GOMES DIAS COSTA PEREIRA, natural do Rio de Janeiro e residente na cidade de Ouro Preto – Minas Gerais. Doutoranda e Mestre em Literatura Brasileira pela UFMG, especialista em História Social da Linguagem e graduada em Letras pela UFOP. Leciona há 10 anos nos níveis superior, médio e fundamental, tendo sido professora nas Universidades Presidente Antônio Carlos (Mariana) e Federal de Ouro Preto; em escolas estaduais de Ouro Preto; no CEFET Ouro Preto e na Prefeitura Municipal de Ouro Preto. Trabalhou, também, como coordenadora cultural da Biblioteca Pública Municipal de Ouro Preto e da Área Pedagógica do Museu da Inconfidência. Atua, ainda, como pesquisadora, revisora de textos e promotora de eventos culturais, dentre os quais a exposição literária Dança das Letras, no Anexo do Museu da Inconfidência.
Tem os seguintes livros publicados: Beatriz Brandão: Mulher e escritora no Brasil do século XIX. 1ª.ed. São Paulo, 2005 e é co-autora de Mulheres em Letras: antologia de escritoras mineiras. Florianópolis, SC: Editora Mulheres, 2008, e A fragilidade das verdades. In: José Luiz Foureaux de Souza Júnior. (Org.). Exercícios de leitura. 1ª ed. São Paulo.
Nos anos de 1999 e 2000, coordenou o Projeto SOU MAIS EU, voltado para discentes de 5ª a 8ª séries do Ensino Fundamental da Escola Municipal CAIC Felipe dos Santos – Cachoeira do Campo, com as seguintes oficinas: pátina, bijuterias, fuxico, ímãs, jogos em madeira, teatro, produção de textos poéticos.No período de 2000 a 2001 coordenou a Semana do Educador – com elaboração e execução, junto ao Departamento de Ensino da Secretaria Municipal de Educação de Ouro Preto, trabalho voltado para um público de 1000 professores da Rede Municipal de Ensino, com 24 oficinas de teatro, literatura, dança, jogos matemáticos, produção de textos e jogos pedagógicos; 06 palestras, espetáculos teatrais e musicais, exposição de painéis de trabalhos e lançamento de 02 livros.
Em 2005 coordenou DANÇA DAS LETRAS: caminhos da Literatura em Ouro Preto, projeto de pesquisa e montagem de exposição sobre a literatura produzida em Ouro Preto nos séculos XVIII e XIX em parceria com o Museu da Inconfidência e a Universidade Federal de Ouro Preto. Em 2007 coordenou a “BIBLIOTECA VIVA” Projeto voltado para a difusão da leitura através da abertura da biblioteca para maior participação da comunidade.
POEMAS DE CLÁUDIA GOMES DIAS COSTA PEREIRA
Brilho
Ora pro nobis
Comidinha mineira famosa
Tempero certo
Folha verde picada
Muito óleo,
Que é pra brilhar!
Ora pro nobis
Eu como e rezo.
Também gosto de brilho!
Comidinha mineira famosa
Tempero certo
Folha verde picada
Muito óleo,
Que é pra brilhar!
Ora pro nobis
Eu como e rezo.
Também gosto de brilho!
***
Camaleoa
Pinto, danço, faço bolo e novena
andorinha quase à-toa
alço vôos em poema.
brinco de ser astronauta
pra pegar lua com a mão
faço-me em serenata,
e à faca que me mata
eu invento uma canção.
samba, verso, frevo, tangos
seja lá qual for o ritmo
danço a dança que vier
hábil jogo de cintura
e molejo prazenteiro
há de ter toda mulher.
Um pouco sobre BEATRIZ BRANDÃO - Mulher e Escritora no BRASIL do Século XIX -
Beatriz Francisca de Assis Brandão: uma poetisa brasileira do século XIX
Cláudia Gomes Pereira
Segundo prefácio de Ângelo Oswaldo de Araújo Santos, em Beatriz Brandão - Mulher e Escritora no Brasil do Século XIX, de Cláudia Gomes Pereira, Beatriz é uma das mais fascinantes e menos conhecidas personalidades femininas da história e da literatura do Brasil merece, finalmente, o devido estudo. Beatriz Brandão (1779-1868), poetisa de Vila Rica, prima de Maria Dorotéia Joaquina de Seixas, professora pioneira e mestra dos direitos da mulher, revela-se, de corpo inteiro, na obra com que Cláudia Gomes Dias Costa Pereira veio retirá-la de longo ostracismo. Lembrou-se a estudiosa, em admirável dissertação, de "honrar a pobre lira esquecida e quase desesperada de uma brasileira que alguma coisa tem feito pela pátria"...
Beatriz Francisca de Assis Brandão chegou ao século XXI, de acordo com muitos autores, como a primeira compositora brasileira e uma das primeiras escritoras da nossa nação.Nascida em 29 de julho de 1779, em Vila Rica, atual cidade de Ouro Preto, Minas Gerais, Beatriz era prima primeira de Maria Dorotéia Joaquina de Seixas (conhecida por Marília de Dirceu). Foi poetisa, compositora, musicista, diretora de escola, tradutora de grande número de poesias italianas e francesas, e artista escolhida - por ser uma intelectual de destaque na sociedade de então - para homenagear D. Pedro, em 1820, cantando para ele um hino de sua autoria.A poetisa fundou, aos vinte anos, a primeira escola para meninas de Antônio Dias; criou um coral na igreja matriz de Nossa Senhora do Pilar; foi uma das três primeiras mestras da instrução pública de Minas Gerais e, segundo o historiador Augusto de Lima Jr., teria sido a autora da letra do Hino da Independência, atribuída a Evaristo da Veiga.Casou-se com o Alferes Vicente Baptista de Alvarenga, de quem se divorciou, em 1839, pelo Juízo Eclesiástico, por ser vítima de sevícias praticadas por seu marido. Após o término oficial de seu casamento, partiu, aos sessenta anos de idade, para o Rio de Janeiro, onde reconstruiu sua vida, trabalhando como professora e publicando suas poesias em vários jornais da cidade.Em 25 de outubro de 1850, o historiador Joaquim Norberto propôs à comissão composta por Joaquim Manoel de Macedo e Gonçalves Dias o ingresso de Beatriz no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, o que foi negado pelos renomados escritores porque o Instituto não aceitava mulheres entre seus integrantes, embora no parecer dos dois, ambos teçam grandes elogios à obra poética da autora.Algumas das poesias da escritora foram publicadas, em 1831, no Parnaso Brasileiro do Cônego Januário (o que demonstra que, ainda em Vila Rica, Beatriz enviava seus poemas para o Rio de Janeiro) e, em 1856, saiu a publicação de Cantos da mocidade, primeiro livro da autora, que colaborou ainda nos jornais Marmota Fluminense (de 1852 a 1856) e O Guanabara. Em 1867, um ano antes de sua morte, Beatriz teve seu nome reconhecido no verbete a ela dedicado por Inocêncio Francisco Silva em seu Diccionario Bibliographico Portuguez. Além de deixar publicadas cerca de doze obras, Beatriz Brandão é patrona da cadeira nº 38 da Academia Mineira de Letras, e, segundo alguns dicionários, deixou inéditos diversos poemas, hinos e composições musicais.A escritora faleceu em 05 de fevereiro de 1868, com 89 anos, no Rio de Janeiro.
Beatriz Francisca de Assis Brandão chegou ao século XXI, de acordo com muitos autores, como a primeira compositora brasileira e uma das primeiras escritoras da nossa nação.Nascida em 29 de julho de 1779, em Vila Rica, atual cidade de Ouro Preto, Minas Gerais, Beatriz era prima primeira de Maria Dorotéia Joaquina de Seixas (conhecida por Marília de Dirceu). Foi poetisa, compositora, musicista, diretora de escola, tradutora de grande número de poesias italianas e francesas, e artista escolhida - por ser uma intelectual de destaque na sociedade de então - para homenagear D. Pedro, em 1820, cantando para ele um hino de sua autoria.A poetisa fundou, aos vinte anos, a primeira escola para meninas de Antônio Dias; criou um coral na igreja matriz de Nossa Senhora do Pilar; foi uma das três primeiras mestras da instrução pública de Minas Gerais e, segundo o historiador Augusto de Lima Jr., teria sido a autora da letra do Hino da Independência, atribuída a Evaristo da Veiga.Casou-se com o Alferes Vicente Baptista de Alvarenga, de quem se divorciou, em 1839, pelo Juízo Eclesiástico, por ser vítima de sevícias praticadas por seu marido. Após o término oficial de seu casamento, partiu, aos sessenta anos de idade, para o Rio de Janeiro, onde reconstruiu sua vida, trabalhando como professora e publicando suas poesias em vários jornais da cidade.Em 25 de outubro de 1850, o historiador Joaquim Norberto propôs à comissão composta por Joaquim Manoel de Macedo e Gonçalves Dias o ingresso de Beatriz no Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, o que foi negado pelos renomados escritores porque o Instituto não aceitava mulheres entre seus integrantes, embora no parecer dos dois, ambos teçam grandes elogios à obra poética da autora.Algumas das poesias da escritora foram publicadas, em 1831, no Parnaso Brasileiro do Cônego Januário (o que demonstra que, ainda em Vila Rica, Beatriz enviava seus poemas para o Rio de Janeiro) e, em 1856, saiu a publicação de Cantos da mocidade, primeiro livro da autora, que colaborou ainda nos jornais Marmota Fluminense (de 1852 a 1856) e O Guanabara. Em 1867, um ano antes de sua morte, Beatriz teve seu nome reconhecido no verbete a ela dedicado por Inocêncio Francisco Silva em seu Diccionario Bibliographico Portuguez. Além de deixar publicadas cerca de doze obras, Beatriz Brandão é patrona da cadeira nº 38 da Academia Mineira de Letras, e, segundo alguns dicionários, deixou inéditos diversos poemas, hinos e composições musicais.A escritora faleceu em 05 de fevereiro de 1868, com 89 anos, no Rio de Janeiro.
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