ACADEMIA BRASILEIRA DE POESIA - CASA DE RAUL DE LEONI
FUNDAÇÃO E ORGANIZAÇÃO
FUNDAÇÃO E ORGANIZAÇÃO
Quatro poetas de Petrópolis, na tarde de 15 de agosto de 1983, encontraram-se em uma reunião, dispostos a um feito inédito, a fundação da primeira academia de poesia do Brasil. Algumas conversas preliminares já haviam ocorrido e eles entenderam que o momento era aquele. Afinal, Petrópolis sempre fora uma cidade de poetas e de muita poesia, de natureza bela e rica em flores de muitos matizes. Sua história maravilhosa assinalava que a poesia elegera a natureza petropolitana sua musa inspiradora. Assim, muitos poetas fixaram residência na “Cidade das Hortênsias”, alguns de forma fixa a outros cumprindo a estadia sazonal dos verões. Alguns exemplos: a poetisa Prêmio Nobel de Literatura Gabriela Mistral, a poetisa norte-americana Elisabeth Bishop, o poeta e pensador Alceu de Amoroso Lima, os notáveis Manuel Bandeira, Fagundes Varella, Alberto de Oliveira, Gonçalves Dias, Carlos Cavaco, Carauta de Souza, Mariná do Brasil, Osório Duque-Estrada, Paulo Gomide, D. Pedro II (sim, ele mesmo, o Imperador!), Murillo Fontes, Décio Duarte Ennes, Farid Felix, Hildegardo Silva, Joaquim Gomes dos Santos I e II, Silvio Júlio, Xavier Pinheiro, Maria Eugênia Celso, Petrarca Maranhão, Carolina Azevedo, Osmar de Guedes Vaz, Olavo Dantas, Manoel Bragança Santos e tantos outros e os notáveis petropolitanos natos: Raul de Leoni, Cardoso Fontes, Mário Fonseca, Salomão Jorge, Mário Rossi, Aládia Anacleto, Anadir Bretas Bastos, Carlos Maul, Reynaldo Chaves, Luiz Gonzaga Cavalcanti Filho e...A reunião preliminar ocorreu na sala dos advogados, no prédio do Fórum de Petrópolis, na Rua do Imperador, a partir das 16h30min. A ela compareceram os quatro idealizadores Paulo César dos Santos, André Heidemann, Fernando de Souza da Costa e Joaquim Eloy Duarte dos Santos. Decidiu-se pelo modelo francês, com 40 cadeiras com patronos fixos, estes escolhidos entre as maiores expressões da poesia em Petrópolis, a saber: cadeiras nº 1 – Adib Antoun. 2 – Alberto de Oliveira; 3 – Álvaro de Moraes; 4 – Álvaro Machado; 5 – Anadir do Nascimento Silva; 6 – Anthero Palma; 7 – Anuar Jorge; 8 – Aristides Werneck; 9 – Arthur Barbosa; 10 – Arthur de Sá Earp Filho; 11 – Francisco Carauta de Souza; 12 – Carlos Cavaco; 13 – Carlos Maul; 14 – Carolina Azevedo de Castro; 15 – César Borralho. 16 – Décio Duarte Ennes; 17 – D. Pedro II; 18 – Ernesto Paixão; 19 – Ernesto Thornaghi; 20 – Eugênio Libonatti; 21 – Henrique Mercaldo; 22 – Henrique Paixão Júnior; 23 – Hildegardo di Giorgi Silva; 24 – Joaquim Heleodoro Gomes dos Santos; 25 – João Roberto d´Escragnolle; 26 – José Karl Scheller; 27 – José Maria Gomes Ribeiro; 28 – Leôncio Corrêa; 29 – Luciano Gualberto; 30 – Mário Rossi; 31 – Murilo Cabral Silva; 32 – Nair de Teffé Hermes da Fonseca; 33 – Nestor Pimentel; 34 – Paulo Gomide; 35 – Raul de Leoni Ramos; 36 – Reynaldo Antônio da Silva Chaves; 37 – Joaquim da Silva Maia Júnior; 38 – Soleyman Antoun; 39 – Vicente Amorim; e 40 - Victorino Sêmola. À denominação de Academia Petropolitana de Poesia foi acrescido o nome do poeta petropolitano Raul de Leoni, por proposta do poeta Joaquim Eloy Duarte dos Santos, como homenagem maior ao grande vulto da Literatura Brasileira. Determinou –se a expedição de cartas-convites aos poetas de Petrópolis convidando-os à adesão ao sodalício e marcada nova reunião para o dia 26 de setembro de 1983, na sede do Clube de Diretores Lojistas de Petrópolis.No dia e local designado, iniciou-se às 20 horas a reunião preparatória de fundação da Academia. A adesão foi expressiva, escolhendo 36 poetas as cadeiras que iriam ocupar, a saber: 1 – Antônio Virgínio de Moraes; 2 – André Heidemann; 3 – Paulo Sérgio Maldonado; 4 – Arnaldo Rippel Barbosa; 5 – Yonne de Sá Motta; 6 – Marcelo Bulgarelli; 7 – Paulo Jorge Brand; 8 – Fernando Augusto Magno; 9 – Carlos Guilherme Montfort; 10 – José Luiz Urçula; 11 – Carmen Felicetti; 12 – Walter Salim Farah; 13 – Hebe Machado Brasil; 14 – Roberto Francisco; 15 – Roberto Penteado Camargo; 16 – Elias Alves de Carvalho; 17 – Jorge Vieira Dias; 18 – Marylena Salazar; 19 – João Christiano Maldonado; 21 – Mário Fonseca; 24 – Joaquim Eloy Duarte dos Santos; 25 – Flávia Saavedra Serpa; 27 – César Olympio Ribeiro de Magalhães; 28 – Paulo Sérgio Boarin; 29 – Célio Barbosa; 30 – Eliá de Oliveira Curioni; 31 – Ilka Dias Canellas; 32 – Paulo César dos Santos; 33 – Octávio Goulart Rosa; 34 – Oceano Menezes; 35 – Fernando Cotta Portella Filho; 36 – Wolney Aguiar; 37 – Ney Martins da Rocha; 38 – Eva Regina Villas Boas; 39 – Denísio Baden; e 40 – Fernando de Souza da Costa. Não foram preenchidas as cadeira 20, 22, 23 e 26. Determinados ao 40 patronos e a ocupação das 36 primeiras cadeiras, os participantes da reunião determinaram a data de 15 de agosto para marcar a fundação da Academia, elegendo uma Diretoria provisória de instalação, composta dos poetas: Presidente: Paulo César dos Santos; Vice-Presidente: André Heidemann; Secretário: Fernando de Souza da Costa; Tesoureiro: Joaquim Eloy Duarte dos Santos e Propaganda e Relações Públicas: Hebe Machado Brasil. A sede administrativa provisória da Academia foi instada na sala de advocacia nº 313, do Acadêmico Fernando de Souza da Costa, Edifício Cinda, Rua Alencar Lima nº 35.Ficou marcada a data de 21 de novembro para a festividade de instalação.Nos primeiros dias do mês de novembro, os acadêmicos, autoridades constituídas, familiares e pessoas amigas receberam o seguinte convite: “Com satisfação convidamos V. Exa. E Exma Família para a festividade de instalação da Academia Petropolitana de Poesia Raul de Leoni, no próximo dia 21 de novembro de 1983, às 20 horas, no auditório do Museu Imperial.Antecipadamente agradecemos a honrosa presença.A Diretoria”
A 29 de novembro a Academia foi instalada, às 20 horas, no auditório do Museu Imperial de Petrópolis, com uma noite de poesia. O final do ano de 1983 encontrou os acadêmicos da novel Academia reunidos em festa de confraternização natalina, no Restaurante Cidinho´s, com música a cargo do acadêmico Célio Barbosa.SOLIDIFICA-SE A ACADEMIANa primeira reunião da Diretoria do ano de 1984, realizada a 6 de janeiro, na sede provisória, foram tratados diversos temas sendo principal o estabelecimento do calendário das posses dos Acadêmicos no decorrer do ano de 1984, inicialmente com duas posses em cada mês, ficando as duas primeiras marcadas para o dia 17 de janeiro, no Auditório do Museu Imperial, dos fundadores Fernando de Souza da Costa e Joaquim Eloy Duarte dos Santos. Tendo sido empossados ao acadêmicos citados e, em seguida Wolney Aguiar e João Christiano Maldonado (13 de março), Ilka Dias Canellas e Roberto Francisco (28 de março) e marcada as posses de Hebe Machado Brasil e Yonne de Sá Motta (26 de abril), o colunista da “Tribuna de Petrópolis”, que assinava “Ponto e Contraponto”, Dudu Garcia, publicou uma nota do seguinte teor: “SugestãoAtendendo a diversos pedidos, inclusive de próprios integrantes da Academia Petropolitana de Poesia Raul de Leoni, esta coluna sugere aos diretores da entidade que cancelem as posses individuais que estão acontecendo de quinze em quinze dias e utilizem o dinheiro que está sendo gasto em promoções que beneficiem mais a toda comunidade petropolitana. Se na ata de fundação da Academia, ocorrida no segundo semestre do ano passado, todos os integrantes foram declarados empossados e a entidade passou a vigorar publicamente, porque então não promover uma grande noite de poesias, onde os acadêmicos recebam seus diplomas dando ciência de suas posses definitivas. Alguns membros da Academia estão pensando até mesmo em se afastar pois consideram enfadonhos e nada agradável essa posses periódicas.Para eles tais reuniões são até cansativas. A Academia Petropolitana de Poesia Raul de Leoni esta até mesmo ficando descredibilizada, pois o seu alicerce já começou deixando furos. Toda Academia, ao ser fundada automaticamente,dá posse aos seus integrantes e o que vem ocorrendo é motivo inútil de exibicionismo para alguns membros que desejam aparecer”.A Diretoria, de pronto, respondeu ao colunista, em documento a ele remetido, com as ponderações adequadas e citando os inúmeros equívocos de informação e interpretação formulados pelo jornalista, que não publicou o documento acadêmico e nem retornou mais ao assunto. Efetivamente, foi uma intromissão nas atividades acadêmicas ficando desconhecidos os nomes dos acadêmicos insatisfeitos. Em verdade, a Academia começava a aparecer e a nota reforçava a atividade nascente e já dinâmica, prova do trabalho eficiente da Diretoria.Seguiram-se, nos meses seguintes, as posses acadêmicas, todos homenageando os patronos das cadeiras e sendo recepcionados por confrades já empossados. Em 1984 foram empossados 30 acadêmicos, todos homenagedos e homenagendo a vida e obra dos poetas patronos das cadeiras.No dia 23 de janeiro foi instalada a Assembléia Geral, em caráter extraordinário, no auditório do Museu Imperial, para determinar a programação para o ano de 1984, o valor da contribuição acadêmica, o preenchimento das cadeiras 20, 22, 23 e 26 e a instalação da Academia na sala nº 614, do Edifício Cinda, à Rua Alencar Lima nº 35, sede da Abrarte-Cultura Artística de Petrópolis, por oferecimento da presidente daquela entidade, acadêmica Hebe Machado Brasil, com divisão das despesas legais e de manutenção, sob 50% para cada entidade.Reuniões da Diretoria, posses solenes, elaboração do estatuto, regularizações legais e bancárias, organização do arquivo, início da biblioteca de obras poéticas, encontros poéticos, tudo movimentava corações e mentes dos acadêmicos dirigentes, sendo criado o “Concurso de Poesias Centenário do Palácio de Cristal”, com prêmios em dinheiro patrocinado pela Papelaria da Estação, do empresário Paulo Roberto Lisboa, aberto a todos os poetas residentes em Petrópolis e aos alunos regularmente matriculados nas escolas dos 1º e 2º graus sediados o Município. O grande acontecimento acadêmico do ano ocorreu no salão do Colégio Estadual D. Pedro II, na rua do Imperador, com a realização da Assembléia Geral Extraordinária que aprovou o Estatuto e elegeu o primeiro Conselho Fiscal (Acadêmicos Jorge Vieira Dias, Célio Barbosa e César Olympio Ribeiro Magalhães). A partir do mês de agosto a Academia instalou-se nas salas 1201 e 1201-A, na cobertura do Edificio Cinda, rua Alencar Lima nº 35, alugando as salas por módico preço, dividido com o presidente Paulo César dos Santos, que nela instalou a “Editora Pirilampo”.A 29 de agosto a Assembléia Geral elegeu o poeta Fernando Py para ocupar a cadeira nº 20, patrono Eugênio Liobonatti. E considerou vagas, por desistências dos titulares, as cadeira nº 07 (Paulo Jorge Brand) e 09 (Carlos Guilherme Montfort), permanecendo vagas as cadeiras 22, 23 e 26.No dia 17 de dezembro, a Assembléia Geral elegeu Acadêmicos para as cadeiras 07 (Suzana Mcauchar), 09 (José Hamilton Lopes), 22 (Edith Marlene de Barros) e 23 (Eunice Ribeiro Netto Sá Fortes) e elegeu o Acadêmico Paulo César dos Santos para a presidência da entidade, biênio 1985-1986, com os seguintes diretores: Vice-Presidente: Joaquim Eloy Duarte dos Santos;Secretário: Oceano Menezes; Tesoureiro: Hebe Machado Brasil e Relações Públicas: Fernando de Souza da Costa, empossada a 19 de janeiro de 1985.
E LA NAVE VA
A 28 de março de 1985 a Academia realizou uma solenidade diferente, a “Noite da Gratidão”, com homenagem aos ex-prefeitos de Petrópolis: Flávio Castrioto de Figueiredo e Mello, Paulo José Alves Rattes, João Ésio Caldara, Paulo Monteiro Gratacós, Mário Medeiros Pinheiro e Bianor Martins Esteves. O local escolhido foi o salão do Sindicato dos Têxteis, à Rua Marechal Deodoro.Em Assembléia Geral, de 14 de maio de 1985 foi eleita para a cadeira nº 20 a poetisa Joeusa Fortuna Salles Santos e aberta vaga da cadeira nº 33, pelo lamentado falecimento do acadêmico Professor Octávio Goulart Rosa, que recebeu homenagens no decorrer da reunião. Tem início a arregimentação de poetas do País e do Exterior para preenchimento do quadro de “Correspondentes”.No dia 15 de agosto, no 2º aniversário da Academia, ocorreu a “Noite do Autor Petropolitano”, realizada no Centro de Cultura de Petrópolis, com acadêmicos autografando seus livros e declamando poemas.Em Assembléia Geral em 10 de agosto foi eleita para a cadeira nº 33, a poetisa Ana Maria Duveen, completando, destarte, pela primeira vez, o quadro titular e aprovado o regulamento para o “I Festival Estudantil de Poesia Raul de Leoni”.SOLIDIFICAÇÃO DA ENTIDADE
A presidência de Paulo César dos Santos estende-se até o ano de 1990. Passa-se por movimentação de associados,; semanas de poesia; lançamentos de livros e antologias; II Festival Estudantil de Poesia; homenagens a poetas nacionais, como J. G. de Araújo Jorge; titulo de Utilidade Pública Municipal, conquistado por proposta do vereador Roberto Wallace Guerra-Peixe; ampliação da biblioteca poética; instituição e confecção dos “colares acadêmicos”; entronização do retrato do patrono Raul de Leoni Ramos na sede administrativa; sucesso com o “Projeto Semeando Poesia”, destinado aos jovens até 25 anos da idade, com publicação de antologia; inscrição no CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas); I, II e III Concurso de Poesia Raul de Leoni; recebimento do “Prêmio Academia Petropolitana de Letras”, como entidade cultural de destaque no ano de 1990; ampliação gradativa do quadro de “Correspondentes” e outros eventos que tornaram a Academia reconhecida e respeitada no Município , no País e no Exterior.
O SEGUNDO PRESIDENTE
A Assembléia Geral, realizada em 17 de novembro de 1990 elegeu o Acadêmico Fundador Fernando de Souza da Costa para a presidência e os acadêmicos Ivan Herzog de Oliveira, José Hamilton Lopes e Sônia Maria Caetano Ferreira para o Conselho Fiscal. A posse ocorreu no dia 25 de janeiro de 1991, na Sala-Teatro Afonso Arinos, no Centro Cultural Tristão de Ataíde.O biênio 1991-1992, de Fernando de Souza da Costa manteve a trajetória vitoriosa, com marcantes realizações, como os intercâmbios efetivados com o SESC-Rio de Janeiro e com a Secretaria de Cultura do Município, promoção do vitorioso “III Concurso de Poesia Dante Milano”; lançamento de livros de poesia; posses de vários acadêmicos; criação das noites poéticas; homenagem a “Miss Petrópolis”, Beatriz do Valle; noites de música e poesia; o IV Concurso de Poesia Raul de Leoni; outorga de honrarias de “Beneméritos” e, por fim, a eleição para a Diretoria do biênio 1993-1994, quando saiu vitoriosa a Acadêmica Edith Marlene de Barros.
NO SILOGEU PETROPOLITANO
A “Casa de Cláudio de Souza”, Praça da Liberdade nº 147, 1º Distrito, Centro em Petrópolis, Estado do Rio de Janeiro, imóvel pertencente à União, sob o Ministério da Cultura e administração local do Museu Imperial de Petrópolis, transformou-se no “Silogeu Petropolitano” a partir de 2 de setembro de 1993, cedida para uso e sede do Instituto Histórico de Petrópolis, Academia Petropolitana de Poesia Raul de Leoni, Academia Petropolitana de Letras, Academia Petropolitana de Ciências Neurológicas, Academia Petropolitana de Educação, Centro de Atualização da Mulher Petropolitana e, mais tarde, da Academia Petropolitana de Letras Jurídicas. Deixaram de compor o grupo de usuários a Academia Petropolitana de Ciências Neurológicas e o Centro de Atualização a Mulher Petropolitana, entidades extintas.O “Silogeu Petropolitano” é a sede administrativa e social da Academia desde então.
POETISA PRESIDENTE
Assumiu Edith Marlene de Barros a presidência da Academia nos primeiros dias de janeiro de 1993. Obteve sucessivas reeleições, administrando a Academia até o ano de 2004. Apaixonando-se pela instituição e por seu patrono Raul de Leoni, a presidente levou a Academia a elevados píncaros, dinamizando a atuação interna e lançando a Academia e seu patrono ao reconhecimento nacional e internacional.A 20 de novembro de 1993 lançou a “Antologia da Academia Petropolitana de Poesia Raul de Leoni”, embrião da vitoriosa revista ”Argila”, a qual tornou-se anual e uma referência da poesia petropolitana.Os concursos de poesia foram realizados ano a ano, as sessões literárias foram inúmeras e muito concorridas, sempre. O relacionamento com entidades congêneres e públicas teve grande crescimento com Edith Marlene, contribuindo para muitas conquistas no terreno da documentação sobre o poeta patrono e no aprimoramento e crescimento da biblioteca especializada em poesia.Com Edith Marlene na presidência foi conquistado o título de Utilidade Pública Estadual, graças a projeto defendido na Assembléia Legislativa pelo Deputado petropolitano Leandro Sampaio; também o titulo de Utilidade Pública Federal; o Centro de Cultura de Petrópolis, que ostentava a denominação da “Centro de Cultura Tristão de Athayde” em 1999 voltou à denominação contida na aprovação do projeto de construção, com homenagem a Raul de Leoni, e por indicação do então vereador, o acadêmico Roberto Francisco.O Hino da Academia foi composto pelo Acadêmico Roger Feraudy, com total apoio e aprovação da Diretoria, cuidando Edith Marlene de sua difusão, execução, tornando-o conhecido, admirado e sempre executado em sessões acadêmicas.Em 1999 a Academia levou o nome do patrono à Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, montando com seu acervo e documentos daquele órgão uma exposição “Raul de Leoni – o Poeta da Elegância das Idéias”, de grande sucesso e muita visitação de 17 a 30 de novembro daquele ano.
O CENTENÁRIO DO POETA
O ano de 1995 assinalou o centenário do nascimento de Raul de Leoni. A Academia, por sua presidente Edith Marlene de Barros, realizou memoráveis comemorações, com ricas e belas solenidades, homenagens junto à herma do poeta e o lançamento da edição comemorativa de “Luz Mediterrânea”, sem dúvida um extraordinário marco que, por si só, justifica a fundação da Academia e a homenagem patronímica ao imortal poeta petropolitano. Para garantia da edição, a Presidente conseguiu a doação dos direitos autorais, para a edição comemorativa, através do herdeiro da viúva Srª Ruth de Gouvêa Leoni Ramos, o ilustre escritor e membro da Academia Friburguense de Letras, D. Clemente José Carlos Isnard, Bispo Emérito de Nova Friburgo, em documento sob registro legal. A organização e a pesquisa para a edição coube aos acadêmicos Edith Marlene de Barros e César Olimpio Ribeiro Magalhães; a revisão e orelha da capa com o acadêmico Fernando Py; a reproduções de fotografias sob Francisco Xavier e Márcio Pregal e o prefácio pelo acadêmico Joaquim Eloy Duarte dos Santos. A edição teve apoio cultural da Fundação Petrópolis – Cultura, Esportes e Lazer.Trata-se de um volume precioso que reuniu documentação vária da vida e obra do poeta. Merece citação : certidão de nascimento do poeta expedida pelo Cartório do Registro Civil da 1ª Zona Judiciária da Comarca de Petrópolis, Estado do Rio de Janeiro, certificando o Registro às fls.141-verso, do Livro nº 11-A de Registro de Nascimento sob o nº 277 de 31 de outubro de 1895; cartão-lembrança a 1ª Comunhão feita na capela do Colégio São Vicente de Paulo, em Petrópolis (RJ), a 11 de setembro de 1910; certidão de casamento expedida pelo mesmo Registro, assinalando o consórcio com Ruth Soares de Gouvêa, nascida em Petrópolis (RJ); a 15 de novembro de 1896, filha de Francisco Soares de Gouvêa Izabel da Silva Soares de Gouvêa; certidão de óbito expedida pelo Oficial Titular do Registro Civil do Distrito de Itaipava, Comarca de Petrópolis em 21 de novembro de 1926 (Livro nº 03, às fls.119, sob nº 194); a reprodução de três páginas do “Anuário do Colégio São Vicente de Paulo – ano letivo de 1910”; a folha de rosto da 1ª edição (Rio de Janeiro, 1922) com autógrafo do poeta a Alberto Martins. Ainda, no volume, fotografias da família e do poeta; um texto do acadêmico César Olimpio Ribeiro Magalhães sobre os escritores petropolitanos que escreveram sobre o poeta; apresentação da presidente Edith Marlene de Barros; alguns textos de diversos escritores consagrados, constituindo-se em fortuna crítica; bibliografias do Autor e sobre o Autor e outros documentos.DIVULGAR NO SITE A CAPA DA EDIÇÃO COMEMORATIVA e QUEM SABE? A DOCUMENTAÇÃO PRECIOSA QUE ELE EXIBE.
CASA ASSASSINADA
Um lamentoso fato atingiu Petrópolis no ano de 1999. Um incorporador imobiliário adquiriu a “Vila Serena”, casa onde o poeta Raul de Leoni falecera, na Estrada União e Indústria nº 14.210 em Itaipava. Um sonho anterior embalara a Academia de Poesia: a transformação da casa em um centro cultural de homenagem ao poeta, porém, à míngua de recursos financeiros adequados e a conhecida insensibilidade cultural de Petrópolis, abortavam sempre a intenção e o objetivo.Eis que o incorporador fecha a transação e logo objetiva um projeto de condomínio residencial. Infelizmente constata-se que o imóvel não havia sido tombado e, portanto, a demolição poderia ocorrer e o tempo para ser conseguido o tombamento geraria um processo de longo prazo. A presidente Edith Marlene de Barros, em ação direta e objetiva, inicia uma peregrinação junto às autoridades dos três níveis da política nacional, aos possíveis patrocinadores, tentando o embargo da obra, em face da discussão aberta sobre a importância cultural do imóvel, chegando à sensibilização das pessoas mais influentes do Município. Parecia que tudo correria em favor da preservação do imóvel, quando o incorporador, de ouvido mouco e pretextando apenas o grande negócio imobiliário, manda demolir a casa em uma noite trágica para a história da Cultura Petropolitana e, por que não, do País? A casa desaparece na madrugada de 16 para 17 de setembro de 1999, ceifada pela impiedosa sanha do bom negócio materialista. Pela hora da demolição e diante de tanto repúdio, o ato foi covarde e mesquinho. A casa foi assassinada, sim.Edith Marlene, em declarações à imprensa, bem definiu, com alma de poeta, o ocorrido:“É, poeta, “não se pode sonhar impunemente” e nós ousamos fazê-lo, tentando fazer de Vila Serena, de onde ouvias “num sino antigo, a Ave-Maria”, na igrejinha de São José de Itaipava, uma casa de cultura para preservação da tua história...” (Tribuna de Petrópolis, 25-09-1999)O acadêmico Joaquim Eloy Duarte dos Santos, em crônica que intitulou, “Crônica da alma assassinada”, na 1ª pessoa em nome da “Vila Serena”, publicada no “Diário de Petrópolis” em 9 de outubro de 1999 faz coro aos muitos protestos, finalizando a crônica com o seguinte parágrafo:“Assente-se no condomínio do repúdio cultural o nome do iconoclasta que assassinou o meu sonho. E, aquele que mata o sonho, adquire o pesadelo do remorso”.
PRESENÇA DE HAMILTON
Ao deixar a presidência, após 11 anos de excelente gestão, a Academia elegeu para presidente o Acadêmico José Hamilton Lopes, para o biênio 2005-2006. O novo presidente, poeta de vigorosa atividade na direção e liderança de entidades culturais e classistas, com trabalhos edificantes no Elos Clube da Comunidade Lusíada e no Sindicato dos Professores de Petrópolis; professor da Universidade Católica de Petrópolis, querido e respeitado, teve a inspiração de transformar a Academia de Petropolitana em Brasileira, sob a denominação de Academia Brasileira de Poesia, Casa de Raul de Leoni. Corria o ano de 2006. Idéia lançada e concretizada, sob apoio da Assembléia Geral, cuidou José Hamilton das primeiras providências legais para a mudança e nova estrutura.
POETAS QUE INTEGRAM OU INTEGRARAM O QUADRO TITULAR DA ACADEMIA DESDE A FUNDAÇÃO ATÉ NOSSOS DIAS :
Aládia Pereira de Almeida Anacleto, Ana Maria Duveen, André Heideman , Antônio Virginio de Moraes, Arnaldo Henrique Rippel Barbosa, Camilo Mota, Carlos Guilherme Von Montfort, Carmen Felicetti, Carmen F. do Nascimento Elias, Catarina Maul, Célio Barbosa, César Olimpio Ribeiro Magalhães, Denísio Baden, Dora Lucia Batista de Mello, Edith Marlene de Barros, Eliá de Oliveira Curioni, Elias Alves de Carvalho, Ephifanio Mello, Eunice Ribeiro Netto Sá Fortes, Eva Regina de Menezes Villas Boas, Fernando Augusto Magno, Fernando Cotta Portela Filho, Fernando de Souza da Costa, Fernando Py, Flávia Savedra Serpa, Gustavo Wider, Hebe Machado Brasil, Heliana Pareto, Ilka Dias Canellas, Ivan Herzog de Oliveira, João Christiano Maldonado, João Moreira de Souza, João Roberto Gulino, Joaquim Eloy Duarte dos Santos, Joeusa Fortuna Salles Santos, Jorge Vieira Dias, José Damião dos Santos, José Hamilton Lopes, José Luiz Urçula, Júlia Gouvêa Schaefer, Lúcia Maul, Luiz Gonzaga Cavalcanti Filho, Luiz Gonzaga dos Santos Gutierrez, Marcelo Bulgarelli, Maria da Glória de Almeida Araújo, Maria da Glória Vieira de Rezende Rattes, Maria de Fátima Machado Brasil, Maria Estela Giovanini, Maria Nazaré Zilves Maio, Marilena Salazar, Mário Fonseca, Marita Vinelli, Nelson Jose de Souza, Ney Martins da Rocha, Oceano Menezes, Octávio Goulart Rosa, Paulo César dos Santos, Paulo Jorge Brand, Paulo Sérgio Boarin, Paulo Sérgio Maldonado, Roberto Penteado Camargo, Roberto Francisco, Roger Pierre Feraudy, Rosa Garcia, Sônia Maria Caetano Ferreira, Suzana Mcauchar, Sylvio Adalberto do Nascimento, Walter Salim Farah, Wolney Aguiar, Yonne de Sá Motta, Vera Abad, Marcelo Fernandez, Ângelo Romero, Gerson Valle, José Luiz D´Amico, Oswaldo Lino Soares , Ataualpa A. P. Filho.
Fonte: Site da Academia Brasileira de Poesia "Raul de Leoni".
Andreia Aparecida Silva Donadon Leal - Déia Leal
Membro Correspondente da Academia Brasileira de Poesia "Raul de Leoni".
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